REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL
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Espaço Mundial - pode ser dividido e classificado com o uso de vários critérios, visto sob perspectivas diferentes pode-se interpretá-lo de diversas formas.
Regionalizar = dividir – pode ser feita de diversas formas: elementos naturais, políticos, sociais...
DIVISÃO POR CONTINENTES
ZONAS CLIMÁTICAS
Vegetação
CONFLITO QUE LEVOU A 1ª G.M.
Multipolarização = antes da 2ª G.M. - em vários pólos ou centros de poder que disputavam a hegemonia: a Inglaterra, a França,; os Estados Unidos, que já se tornara uma potência no continente americano, o Japão e a Rússia.
Bipolarização = dois pólos ou centros de poder, que durou cerca de 45 anos, desde o final da Segunda Guerra Mundial até por volta de 1991. O final da Segunda Guerra trouxe um novo cenário: as potências européias estavam arrasadas; o Japão também saiu arrasado da guerra e perdeu as áreas que havia conquistado no Oriente.
Duas novas potências mundiais - Estados Unidos e a União Soviética - passaram a dividir o mundo entre si.
O mundo bipolar foi marcado pela disputa entre o capitalismo e o socialismo.
O Primeiro Mundo era formado pelos países capitalistas ricos, desenvolvidos como os Estados Unidos, Japão e países da Europa Ocidental, por exemplo, Alemanha, França e Inglaterra.
O Segundo mundo pelos países socialistas liderados pela União Soviética;
O Terceiro pelos países pobres, subdesenvolvidos.
O Segundo mundo pelos países socialistas liderados pela União Soviética;
O Terceiro pelos países pobres, subdesenvolvidos.
No final dos anos 80, as experiências socialistas praticamente desapareceram e com elas foi-se junto o 2º mundo. Começando com as Repúblicas Bálticas, Estônia, Letônia e Lituânia se espalhando por todo o país depois as Repúblicas Soviéticas tornaram-se independentes. Temendo as conseqüências desse processo Gorbatchev cria a Comunidade dos Estados Independentes que substituiria o regime centralizado de Moscou. Até hoje essa organização encontra-se indefinida e há muitos conflitos com a Rússia.
O fim da Guerra Fria, o declínio econômico relativo dos Estados Unidos e da União Soviética, a unificação econômica e política da Europa, o crescimento econômico do Japão, o surgimento dos tigres asiáticos e o rápido desenvolvimento das reformas chinesas liquidaram com a bipolaridade que opunha Estados Unidos e União Soviética. Embora os Estados Unidos se mantenham como uma superpotência militar, o mundo tende para uma multipolaridade econômica e política que pode evoluir também para uma multipolaridade militar.
Com a crise do mundo socialista, aumenta a oposição entre o Norte industrializado e o Sul subdesenvolvido. Isso porque deixa de haver o conflito Leste-Oeste, ou seja, entre o socialismo real e o capitalismo. As duas potências tinham, nas últimas décadas, um poderio avassalador e quase nenhum conflito importante no plano mundial deixava de ter a participação direta ou indireta delas.
Divisão Norte-Sul – Divisão simbólica para caracterizar as diferenças de riqueza e renda entre os países do chamado Primeiro Mundo, a maioria situada ao norte do equador, e os países pobres do Terceiro Mundo, a maior parte deles ao sul.
Países desenvolvidos = São altamente consumistas isto é percebido sobretudo devido ao poder aquisitivo elevado da sociedade e a grande quantidade produtos com tecnologia avançada, que são lançados no mercado a cada ano.
A democracia existe de fato nas nações desenvolvidas, e consiste num Estado de direito que resulta de reivindicações permanentes por parte dos cidadãos. A democracia é um processo contínuo de invenção e reivindicações de novos direitos.
Os governos passaram a cobrar mais impostos das classes sociais mais favorecidas em prol da sociedade. Os impostos cobrados são direcionados à construção de escolas, habitações, estradas, hospitais, programas de saúde, aposentadorias mais justas, etc., isto foi possível graças ao engajamento consciente de todos os cidadãos na formação do Estado Democrático.
Países que no passado foram colônias de exploração de países colonizadores e que devido ao fato de não receberem investimentos e atenção dos colonizadores, possuem hoje sérios problemas socioeconômicos.
Colônia de Exploração:
- Baixo nível de industrialização, com exceção de alguns países como: Brasil, México, os Dragões Asiáticos;
- Dependência econômica, política e cultural em relação às nações desenvolvidas;
- Deficiência tecnológica e baixo nível de conhecimento científico;
- Rede de transporte e meios de comunicação deficientes;
- Baixa produtividade na agricultura que geralmente emprega numerosa mão-de-obra;
- População Ativa empregada principalmente nos setores primários ou no setor terciário em atividades marginais (camelôs, trabalhadores sem carteira assinada etc). Exemplo: Brasil, Etiópia, Uruguai;
- Cidades com crescimento muito rápido e cercada por bairros pobres e miseráveis;
- Baixo nível de vida da maioria da população;
- Crescimento populacional elevado;
- Elevada taxa de natalidade e mortalidade infantil;
- Expectativa de vida baixa.
Países Emergentes
Laranja - Economias Emergentes
Vermelho - Economias Subdesenvolvidas
Países recentemente industrializados
Existem países subdesenvolvidos que são fortemente industrializados como é o caso do Brasil, México, Argentina, Dragões Asiáticos, etc. A industrialização existente nesses países na verdade é sustentada por países desenvolvidos, que os utilizam para expandir seus parques industriais e garantir lucros vultuosos. Um exemplo nítido de expansão industrial é o caso dos Dragões Asiáticos que evoluíram enormemente nas últimas décadas, principalmente no setor industrial através do capital e tecnologia japonesa.
Alguns fatores atraem esses investimentos estrangeiros para os países subdesenvolvidos, como:
- Mão-de-obra barata e numerosa;
- Muitas vezes são isentos de pagamento de impostos;
- Doação de terrenos por parte do governo;
- Remessa de lucro das transnacionais para a sede dessas empresas;
- Legislação flexível.
Todos os países do Sul ou do Terceiro Mundo são economicamente dependentes dos países desenvolvidos.
Tais dependências manifestam-se das seguintes maneiras:
Endividamento externo; relações comerciais desfavoráveis (exportação de produtos primários não industrializados como gêneros agrícolas café, açúcar, algodão, etc., e minérios de ferro, cobre, manganês, etc. As importações, por sua vez, consistem basicamente em artigos manufaturados (industrializados), material bélico e produto de tecnologia avançada (aviões, computadores, máquinas automatizadas, etc.). Tais relações mostram-se desvantajosas, pois os artigos importados têm os preços bem mais altos que os exportados.
Forte influência de empresas estrangeiras. Nos países subdesenvolvidos, boa parte das principais empresas industriais, comerciais, mineradoras e até agrícolas é de propriedade estrangeira, possuindo matriz nos países desenvolvidos (multinacionais). Uma grande parcela do lucro dessas empresas é remetida para as matrizes, o que provoca acentuada descapitalização nos países do Terceiro Mundo.
Grandes Desigualdades Sociais
Em todos os países subdesenvolvidos, a diferença entre ricos e pobres é muito acentuada, bem maior que nos países desenvolvidos ou do Norte. Dessa forma a população de baixa renda acaba tendo sérios problemas de subnutrição, falta de moradia, inadequado atendimento médico-hospitalar, insuficiência de escolas, etc.
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Concepções do Conceito de Região
Região Natural
(Determinismo
Ambiental)
Características da concepção do conceito de Região
A Região
Natural é entendida como uma parte da superfície da Terra, dimensionada segundo
escalas territoriais diversificadas e caracterizada pela uniformidade
resultante da combinação dos elementos da natureza, como o clima, o relevo, a
vegetação, a geologia e outros adicionais que diferenciariam ainda mais cada
uma destas partes.
Uma
Região Natural é um ecossistema onde seus elementos acham-se integrados e são
interagentes.
Avaliação: uma análise sintética
Foi o
determinismo ambiental o primeiro paradigma a caracterizar a geografia que
emerge no final do século XIX, com a passagem do capitalismo concorrencial para
uma fase monopolista e imperialista;
O
determinismo ambiental justificava a expansão territorial através da criação de
colônias de exploração no continente africano, e de povoamento em regiões
temperadas, a serem ocupadas pelo excedente demográfico britânico e europeu.
As
condições naturais, especialmente as climáticas, e dentro delas a variação de
temperatura ao longo das estações do ano, determinam o comportamento do homem,
interferindo na sua capacidade de progredir;
Estabeleceu-se
uma relação causal entre o comportamento humano e a natureza, na qual esta
aparece como elemento de determinação.
No
projeto de expansão alemã, Ratzel desenvolveu o conceito de espaço vital, quer
dizer, o território que representaria o equilíbrio entre a população ali
residente e os recursos disponíveis para as suas necessidades, definindo e
relacionando, deste modo as possibilidades de progresso e as demandas
territoriais.
As
regiões Naturais propostas constituem uma base para estudos sistemáticos para
compreender as relações homem/natureza.
O clima
aparece em Herbertson, Dryer e outros como o elemento fundamental da natureza.
No Brasil
o conceito de região natural foi introduzido via influência francesa, por
Delgado de Carvalho em 1913.
Região Geográfica
(Possibilismo)
Características da concepção do conceito de Região
A Região
Geográfica abrange uma paisagem e sua extensão territorial, onde se entrelaçam
de modo harmonioso componentes humanos e da natureza.
A Região
Geográfica é considerada uma entidade concreta, palpável, um dado com vida,
supondo, portanto uma evolução e um estágio de equilíbrio.
Neste
raciocínio, chegar-se-ia a conclusão de que uma região poderia desaparecer.
Sendo assim, o papel do geógrafo é o de reconhecê-la, descrevê-la e explicá-la,
isto é, tornar claros seus limites.
O que
importa é na região haja uma combinação específica da diversidade, uma paisagem
que acabe conferindo singularidade aquela região, ou seja, onde o geógrafo
evidenciava a individualidade da região, sua personalidade, aquela combinação
de fenômenos naturais e humanos que não se repetiria.
Região e
paisagem são conceitos equivalentes ou associados, podendo-se igualar, na
geografia possibilista, geografia regional ao estudo da paisagem.
Avaliação: uma análise sintética
O
Possibilismo francês na sua origem, opõe-se ao determinismo ambiental
germânico. Neste contexto a geografia francesa teria que cumprir
simultaneamente vários papéis:
a)
Desmascarar o expansionismo germânico, criticando o conceito de espaço vital,
sem, no entanto inviabilizar intelectualmente o colonialismo francês;
b) Abolir
qualquer forma de determinação, da natureza ou não, adotando a idéia de que a
ação humana é marcada pela contingência;
c)
Enfatizar a fixidez das obras do homem, criadas através de um longo processo de
transformação da natureza.
Vidal de
la Blache redefine o conceito de gênero de vida sendo, pois um acervo de
técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos
naturais disponíveis.
No Brasil
a aplicabilidade do conceito de região geográfica se deu na medida em que formaram
bases territoriais agregadas cujos resultados foram divulgados no recenseamento
de 1950 e 1960.
Estudos de Área
(Método
Regional)
Características da concepção do conceito de Região
A região
para Hartshorne, não passa de uma área mostrando a sua unicidade, resultado de
uma integração de natureza única de fenômenos heterogêneos.
No método
regional a diferenciação de áreas não é vista a partir das relações entre o
homem e a natureza, mas sim da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada
porção da superfície terrestre.
Foco no
método, no estudo de áreas e por último a diferenciação de áreas passa a ser o
objeto da geografia.
Avaliação: uma análise sintética
O método
regional consiste no terceiro paradigma da geografia, opondo-se ao determinismo
ambiental e ao possibilismo.
As
contribuições do método regional para o conceito de região são muito limitadas.
No plano
externo, o método regional evidencia a necessidade de produzir uma geografia
regional, ou seja, um conhecimento sintético sobre diferentes áreas da
superfície da Terra.
No plano
interno registra a procura de uma identidade para a geografia, que se obteria
não a partir de um objeto próprio, mas através de um método exclusivo, a
diferenciação de áreas passa a se considerar o resultado do método geográfico
e, simultaneamente, o objeto da geografia.
Classes de Área
(Nova
Geografia)
Características da concepção do conceito de Região
Região
definida como um conjunto de lugares onde as diferenças internas entre esses
lugares são menores que as existentes entre eles e qualquer elemento de outro
conjunto de lugares.
Geografia
conhecida como teorética ou geografia quantitativa.
Fundamento
no positivismo lógico (analogia com as
ciências naturais).
Utilização
de técnicas estatísticas descritivas como o desvio padrão, o coeficiente de
variação e a análise de agrupamento.
Divisão
Regional concebida com objetividade máxima, implicando a ausência de subjetividade
por parte do pesquisador.
A região
não é considerada uma entidade concreta e sim uma criação intelectual balizada
por propósitos especificados, tal como aponta Grigg.
Avaliação: uma análise sintética
Tem um
papel ideológico a ser cumprido, é preciso justificar a expansão capitalista,
escamotear as transformações que afetaram os gêneros de vida e paisagens
solidamente estabelecidas, assim como dar esperanças aos “deserdados da terra”.
Calcada
em uma abordagem locacional: o espaço alterado resulta de um agregado de
decisões locacionais.
Na ampla
possibilidade de aparecimento de divisão regional, existem dois enfoques que
não se excluem mutuamente: O primeiro considera Região como simples ou complexa, onde simples é
a divisão regional de acordo com um único critério ou variável, e a região complexa levam em conta muitos critérios
ou variáveis (reduzida a umas poucas através da análise fatorial) como, por
exemplo, a densidade demográfica, para definir uma dada região especificada. O
segundo enfoque visa às regiões homogêneas
ou funcionais, onde homogêneas referem-se à unidade agregada
de áreas descritas pela análise de características sem movimento no tempo e
espaço, e as funcionais definidas de
acordo com o movimento de pessoas, mercadorias e decisões e idéias sobre a
superfície da terra.
Calcada
explicitamente nos princípios da classificação, várias classes de área
organizam-se em um sistema classificatório, tal sistema pode ser concebido de
dois modos:
- Divisão
lógica (dedutiva): procedimento de trajetória descendente procura
diferenciações;
-
Agrupamento (indutiva): procedimento de trajetória ascendente procura
regularidades.
No Brasil
a Nova Geografia desenvolveu-se nos departamentos de Geografia de Rio Claro e
de estudos Geográficos do IBGE.
Região ou áreas diferenciadas
(Geografia
Crítica)
Características da concepção do conceito de Região
Considera-se
o conceito de região e o tema regional sob uma articulação dos modos de
produção.
Região é
considerada uma entidade concreta, resultado de múltiplas determinações, ou
seja, da efetivação dos mecanismos de regionalização sobre um quadro
territorial já previamente ocupado, caracterizado por uma natureza já
transformada, heranças culturais e materiais e determinada estrutura social e
seus conflitos. Ou em outras palavras, é
a realização de um processo geral, universal, em um quadro territorial menor,
onde se combinam o geral, o modo dominante de produção, o capitalismo, elemento
uniformizador, e o particular, as determinações já efetivadas, elemento de
diferenciação.
Para
Duarte região é uma dimensão espacial das especificidades sociais em uma
totalidade espaço-social, ainda afirma que regiões são espaços em que existe
uma sociedade que realmente dirige e organiza aquele espaço.
Avaliação: uma análise sintética
A nova
Geografia e os paradigmas tradicionais são submetidos a severa crítica por
parte de uma geografia nascida de novas circunstâncias que passam a
caracterizar o capitalismo.
O vetor
mais significativo é aquele calcado no materialismo histórico e na dialética
marxista;
Teve a
função não só de contestar o pensamento dominante, mas também a intenção de
participar de um processo de transformação da sociedade verificado nos países
de capitalismo avançado o agravamento de tensões sociais;
O tema da
região, questão clássica na história do pensamento geográfico, é retomado pela
geografia crítica. Neste sentido, uma tentativa de conceituação de região será
feita procurando entendê-la por uma visão dialética.
Foi
aplicada a Lei do desenvolvimento desigual e combinado como forma de inserir o
conceito de região dentro de um quadro teórico amplo, que permita dar conta da
diversidade da superfície da Terra sob a ação humana ao longo do tempo.
No Brasil
a geografia crítica nasce no final da década de 70, cujo marco foi o 3º
Encontro Nacional de Geógrafos realizado em julho de 1978 em Fortaleza.
Região de planejamento
(território
de ação e controle)
Características da concepção do conceito de Região
Ao definir
uma região para fins de ação e controle considera-se alternativamente: o
conceito de região natural, o de região geográfica, e uma área vista por um
aspecto ao qual se atribui relevância, como uma determinada produção. Pode
ainda, na realidade, abranger uma combinação das alternativas mencionadas.
Assim as diferentes conceituações de região estão presentes na prática
territorial das classes dominantes.
Avaliação: uma análise sintética
A ação e
controle sobre uma determinada área quer garantir, em última análise, a
reprodução da sociedade de classes, com uma dominante, que se localiza fora ou
no interior da área submetida a divisão regional, esta aceitação explícita
ou implícita da diferenciação de áreas
ao longo da história. A sua ratificação ou retificação se dá a cada momento,
conforme os interesses e os conflitos dominantes de cada época.
A região
de planejamento, isto é, um território de ação e controle, tem seu apogeu nas
décadas de 60 e 70. Este é o caso brasileiro: entre 1964 e 1977/78, sobretudo,
numerosos estudos almejando a definição de regiões de planejamento foram
realizados, seja a nível federal e macrorregional, seja a nível estadual.
Fonte Consultada:
CORRÊA,
Roberto Lobato. Região e Organização do Espaço. Editora Ática, São Paulo, 1987 –
Série Princípio.
http://professordegeografiaatual.blogspot.com.br
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